domingo, 13 de abril de 2014

O bem mais precioso

Juliana, Pedro e Elisa eram três crianças com enormes sonhos. Eles se tornaram melhores amigos no instante em que se viram pela primeira vez no Jardim de Infância do bairro. Não se pareciam nada fisicamente, cada um havia sido educado de uma forma pelos pais e tinham personalidades fortes para crianças tão pequenas. Mesmo com essas diferenças, a vida em casa era quase a mesma nas três famílias. Os pais, com suas vidas ocupadas e bem sucedidas, levavam uma rotina cansativa e mal tinham tempo para os filhos que, quando não estavam na escola, estavam com suas babás. As crianças eram felizes, pelo menos era o que aparentavam e assim os pais se sentiam satisfeitos... com a aparência. Na verdade, tudo que os pequeninos tinham ou sentiam, era superficial. Muitos brinquedos e pouco sentimento, muitas roupas e pouca atenção. 

Tudo aquilo era confuso na cabeça das crianças. poderiam ter o que quisessem, menos os pais por completo, nem  por um único dia. Os pais se sentiam culpados e cansados. Passavam o dia trabalhando e nas ultimas horas do dia, quando finalmente chegavam em casa,  viam a frustraçãos nos olhos das crianças enquanto davam um beijo de boa noite. Os pais de Juliana, Elisa e Pedro trabalhavam na mesma empresa. Eram, assim como os filhos, amigos desde os primeiros anos de vida. De vez em quando, nos intervalos de almoço, relembravam os velhos tempos, onde a vida era mais dura e melhor. Seu pais, pessoas simples, dividiam as vinte e quatro horas do dia tão bem, de forma que sempre podiam sair com seus pequenos, mesmo que fosse para curtir um fim de tarde na praçinha ou passar um domingo na praia. Era isso que faltava.

 Num desses encontros corridos, os três casais falaram de seus filhos e de como sentiam falta deles. Os pais de Juliana perderam quando ela disse sua primeira palavra, ironicamente, ou não, o nome da babá. Os pais de Pedro não estavam quando o primeiro dente de leite caiu e mal notaram quando nasceu um novo no lugar. Os de Elisa não souberam o trabalho que deu cuidar de uma criança com Catapora. Era triste para eles, o tempo estava passando tão rápido e os microscópicos detalhes, aparentemente irrelevantes, mal foram percebidos. Após a conversa, ficou claro que eles precisavam largar suas roupas executivas, precisavam transparecer as roupas de super-heróis e salvar seus filhos da monotomia que os haviam enfiado. No final daquela mesma semana, eles colocaram seus planos em prática. As três famílias passaram o dia no Jardim Zoologico, lugar que as crianças nunca haviam visitado. Elisa tirou fotos com os personagens que animavam o parque do zoológico, os que ela mais amava, os Bananas de Pijamas, ela realmente adorou. Pedro ficou encantado com todos os animais, mas o que ele amou de verdade foi o tamborim que o pai lhe deu, objeto que ganhou do seu pai quando mais novo. Juliana era a mais animada, ela simplesmente queria seguir a frente de todos quando via algum animal diferente, se divertiu tanto que no fim do dia, seu cansaso e satisfaçao podiam ser vistos em seu rostinho quando a mãe a deixou em sua cama. 

Aquele dia ficou marcado na memória das crianças e dos pais também. Eles puderam relembrar, como se vissem eles mesmos através de um espelho. Os olhos das crianças transbordavam a felicidade e o brilho de seus sorrisos deixariam París no chinelo. Então os pais puderam entender que não há nada nesse mundo que os possa substituir. Uma babá, um brinquedo caro...nada disso fazia sentido quando estavam com seus filhos.











Grupo: Kathlen Alves, Juliana Baranda, Elisa Menezes, Thaís Soares Tortelli e Pedro Henrique Magalhães.

Nenhum comentário:

Postar um comentário