2:28 da manhã. Tudo começa outra vez... Hélio não acredita no que tudo esta acontecendo. Seu vizinho mais vez em suas orgias, fazia seus excessivos barulhos. Gemidos, risadas, copos caindo e cama batendo. Se vizinho não se importava com o fato de morar em apartamento, e ter outras pessoas que precisavam dormir para acordar cedo. Nem havia som ligado para, ao menos, disfarçar aqueles gemidos. Era tudo tão claro, que dava a impressão de estar acontecendo dentro de seu próprio apartamento. Passou a mão no interfone, mas o porteiro não atendia. Provavelmente pelas inúmeras reclamações recebidas em outras noites, ignorava ou dormia. Resolveu ligar para o síndico que por sua vez não atendeu. A reunião do condomínio eram sempre as mesmas reclamações. O Vizinho, o tal de Magno, nem sequer dava as caras, até porque nelas só se falava sobre ele. Já estavam fazendo um abaixo assinado para expulsa-lo do prédio, caso essas festinhas particulares continuasse nesse ritmo... Era dia sim, dia não...
Nesse dia, enfurecido com a situação, Hélio resolveu ele mesmo bater na porta de Magno, já estava cansado de registrar reclamações e não ver nenhum resultado. Colocou uma roupa mais apresentável, saiu, e tocou a companhia do apartamento ao lado. Uma, duas, três vezes... No quarto toque, um silêncio... Tudo indicava que o coito tinha sido interrompido. A porta se abre, e Magno o atende de tolha. Hélio, muito educadamente, apesar de furioso por dentro, sabendo que seu vizinho não era flor que se cheire, pediu que ele assistisse TV um pouco mais baixa. Não queria falar que dava pra ouvir todos o detalhes e fantasias sexuais dele, seria uma indelicadeza, apesar de Magno não ter delicadeza por ninguém. Na hora, Magno respirou fundo, e falou que nem tinha TV em casa. Hélio, sem saber o que falar justificou que podia ser um rádio ou coisa do gênero, em alto volume... Magno se enfureceu e disse que ele não tinha nada a ver com isso, e que ele estava dentro da casa dele, ele pagava condomínio regularmente, então ele tinha o direito de fazer o que bem entendesse na hora que bem quisesse... Nesse momento, todos os vizinhos já estavam na porta apoiando Hélio, pois todos estavam acordados, só que ninguém tinha coragem de tomar a atitude que Hélio tomou. Uma grande discussão se formou na porta de Magno. O prédio todo acordou. Até que acuado, Magno fecha a porta na cara de todos, depois de uma longa conversa com os vizinhos no corredor, Hélio e todos os outros foram dormir. Dois dias depois. Era certa a orgia, pois dessa vez era um final de semana. Havia uma festa no salão de festa do prédio. Beirando meia noite, ouvia-se vozes vindo do apartamento de Magno. Hélio imaginou que em instantes começaria a bagunça. Saiu para comprar cigarro numa loja de conveniência em um posto próximo e aproveitou para beber uma cerveja, coisa de meia hora. Voltou pra casa e viu que a festa em seu prédio já havia acabado, e as ultimas pessoas já iam embora. A vizinha do andar de baixo que estava promovendo a festa, estava usando o elevador para guardar as coisas, como o mesmo estava demorando muito a chegar, resolveu ir de escada.
Era uma noite quente. Ao chegar no ultimo lance de escada, esbarra com um homem apressado, estranhou, pois quase ninguém usa a escada, mas lembrou do motivo que o levou a subir de escada e imaginou ser o mesmo. E deixou pra lá. Já esperando pelas sacanagens que ouviria durante noite vindas do quarto do vizinho. Chegou frente a sua porta o procurou as chaves em seu bolso. Nesse meio tempo, olhou por instantes a porta de Magno. Estava entre aberta. E não saia nenhum som de dentro. Olhou pela fresta e nada viu. Arriscou, e abriu a porta devagar, afinal, queria saber o que aquele homem tinha que atraia tantas mulheres, e vezes homens também. Quando abre a porta por completo. Se depara com o corpo de Magno no tapete, esvaindo em sangue, que saía compulsivamente de um furo em seu peito causado por tiro á queima roupa. Hélio, nervoso, se lembra que abriu a porta com suas próprias mãos. Começa a tremer. Fecha a porta e sai embora correndo. Torcendo para que tudo aquilo fosse um pesadelo. Mas não era.
Por : Diogo Monteiro – 3º Período