Pedro com apenas 4 anos já marcava a sua presença com
sorrisos, caretas, bagunça e muita esperteza. Um menino que vinha de uma
família carioca humilde, composta por seus pais, Carlos e Marta, ambos honestos e trabalhadores e por seu irmão,
Gustavo, teimoso e atencioso, o qual ele tinha uma conexão inigualável. Além de irmãos, os dois se
consideravam melhores amigos.
Com o tempo e o crescimento dos meninos, a realidade não se
fazia fácil como aquela as quais os dois estavam acostumados a acompanhar em
filmes, programas ou até mesmo em sonhos. Pedro já havia completado seu 13°
aniversário e uma das suas maiores motivações eram os finais felizes de
famílias que participavam de programas, como as do Silvio Santo. Finais
felizes... como não ser motivado com algo que é baseado em extrema felicidade e
conforto? Em poder ver sua família unida, saudável, em plena harmonia? Pedro
sonhava alto, desejava com tanta força, poder envolver sua família nesse
sentimento, que a esperança de participar do programa do Silvio Santos, veio á tona.
Suas ações não passaram de duas tentativas que infelizmente
falharam, mas Pedro não desistia fácil, era um menino forte, carregava consigo
o lema de: persistir sempre e desistir nunca; como seu irmão mais velho havia
lhe ensinado. Então, ele continuou a tentar participar do programa, na época
havia um grande prêmio, uma casa! O desafio era soletrar dez palavras sem errar
uma única vez.
Finalmente, Pedro havia conseguido colocar seu nome na lista
e assim fora chamado. A felicidade era tremenda, uma ansiedade que tomava seu
coração e uma pequena insegurança de colocar tudo a perder... uma única palavra
errada, uma só letra... e todo aquele sentimento de harmonia se tornava
distante. Mas ele precisava correr o risco, ele faria qualquer coisa por seus
pais e seu querido irmão. O grande dia havia chegado e lá estava Pedro diante
de uma realidade da qual ele acompanhava pela televisão com a companhia de seu
irmão. Seus pais estavam em casa, assistindo atentamente e Gustavo estava lá,
na plateia como seu fiel companheiro, como ele sempre foi. Pedro se concentrou
como nunca, e soletrava cada palavra, cada letra como se elas fossem parte de
sua vida! Ele havia conseguido! O grande
prêmio era de sua família, a casa, o final feliz que ele tanto sonhava.
A vida era mais leve, mais bonita, os quatro eram mais
unidos do que nunca e assim permaneceram por anos. Até que em um dia chuvoso,
Marta recebeu uma ligação a qual abalou seu coração de mãe para sempre, era Gustavo... ele havia sofrido um acidente de
carro e infelizmente havia falecido. Pedro simplesmente não aceitava, os gritos
eram altos demais, mas ninguém escutava, pois partiam de dentro dele, mas por
fora sua reação parecia ser nenhuma, o silêncio o contornava por fora com
ruídos de choro e lamentação de seus pais, o sentimento de harmonia que ali era
presente, havia sido destruído por um incidente, por uma saudade que ele não
conseguia sequer pensar, muito menos descrever.
Os dias se arrastavam... o por do sol havia ganhado uma
simbologia de saudade para Pedro, pois era um momento preferido entre ele o
irmão, onde eles riam, compartilhavam seus sonhos e apreciavam a beleza do céu.
Pedro não conseguia ter forçar para superar essa dor que o remoia por dentro.
Ele caminhava pela praia quase todos os dias em busca de paz. Com o passar do
tempo suas caminhadas vazias os mostraram uma nova perspectiva, ele finalmente
conseguiu olhar em volta e enxergar o seu presente. Então, ele parou, observou
as pessoas, e se deparou com algo desconhecido, um esporte chamado
Slackline.
Um esporte onde a mente é seu
principal aliado e seu corpo seu principal instrumento, quando os dois se
encontravam, o foco e a determinação surgiam fazendo com que assim, movimentos
fossem concretizados, criados. Pedro conversou um pouco com as pessoas que
estavam ali em volta da corda, praticando movimentos sensacionais, algo pareceu
certo, depois de muito tempo, Pedro sentiu vontade de tentar, de conhecer o
novo, de viver. Os primeiros passos de equilíbrio são as simples quedas e
assim, ele persistiu.
A sua persistência naquele momento o fez lembrar do lema
que seu irmão havia lhe ensinado, foi nesse momento que a sua determinação
falou mais alto do que nunca.
Pedro havia mudado, estava mais forte, mais consciente de
si, havia criado e cultivado novas amizades e praticava Slackline sempre que
possível. E ele havia criado mais um rumo em sua vida, iria começar a
faculdade, finalmente! O curso de psicologia o esperava. Ele sorria feliz, com
as decisões que havia tomado, com a presença de sua família que estava ali,
sempre ao seu lado, com a presença de Gustavo, que aparecia sempre sorrindo,
como um lindo por do sol.
Amanda Duarte
Gabriel Alverne
Luccas Amorim
Thays Macedo
Rayla Zalcman